Representantes das secretarias de administração e finanças, agricultura, educação e assistência social estiveram reunidos na manhã desta quinta-feira (01) com a Defesa Civil e um grupo de técnicos da Universidade Federal de Santa Catarina. A reunião teve como principal objetivo traçar um panorama da atual situação do solo no complexo do Baú. Durante toda a quarta-feira (30), a geóloga Karel Jockynan, a engenheira Civil Silvia Helena de Carvalho e o geógrafo Guilherme Linheira estiveram na margem esquerda da cidade analisando os deslizamentos, desmoronamentos e rachaduras. "Chegamos a conclusão de que um dos maiores problemas daquele
local hoje é o desassoreamento dos ribeirões. A própria população limpou algumas ruas e jogou os entulhos nos rios, sem imaginar a conseqüência que isto poderia trazer em um momento como este", explicou Karel.
Segundo ela, a região pode ter sofrido com desmoronamentos milhões de anos atrás. Os topos dos morros apresentam rochas frágeis e antigas. "O que temos que analisar agora é a recorrência destes episódios para ver se conseguimos traçar uma linha do tempo que possa nos auxiliar a prever novas catástrofes".
Para Karel, a solução não é a retirada brusca das pessoas de suas casas. Na oportunidade, a geóloga citou como exemplo o Japão. O país possui três placas tectônicas e, no início, vários cidadãos morreram em virtude do choque delas. Hoje, milhares de pessoas moram lá e aprenderam a conviver com os imprevistos. "Assim terá de ser na região do Baú. Como a população quer permanecer lá, eles terão que aprender a conviver com esta situação. Eles são fáceis de lidar. Encontraremos formas de minimizar as catástrofes".
Uma das formas, segundo os técnicos, é o plantio de determinadas árvores, que poderiam ajudar a reter a água. "Aquela região tem muitas bananeiras nas encostas, o que facilita o desmoronamento. Veremos a possibilidade de começar a plantar outros tipos de plantas, como graminhas, que cobririam o solo e nos dariam 70% de segurança. Queremos fazer um trabalho preventivo".
Nas visitas que estão realizando, a equipe, juntamente com a Defesa Civil, está analisando nos hectares qual parte do terreno é melhor para o morador construir. "O problema aqui não é de ocupação desordenada, como nos grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro. O problema aqui é realmente o solo".
Grande parte das ocorrências de deslizamentos ocorreram devido ao solo ainda estar molhado. A catástrofe de novembro de 2008 deixou marcas por toda a região. "Os solos ainda não secaram e vai demorar para isto acontecer, pois não pára de chover. Além disso, o morro do baú é bastante argiloso, o que retém mais água ainda".
Agora pela manhã, a equipe da UFSC, juntamente com o diretor de Defesa Civil, Paulo Drun, acompanharão a movimentação de terra e alagamentos dos bairros Centro, Ilhotinha, Boa Vista e Minas. No período da tarde será a vez do Braço do Baú e Alto Baú. O trabalho deve prosseguir na próxima semana. "A nossa prioridade é garantir a segurança das pessoas. O importante neste momento não é verificar o que já caiu, mas o que ainda pode cair", finalizou Paulo.
Para ajudar na reconstrução das áreas afetadas, a Prefeitura de Ilhota e a Defesa Civil abriram uma conta de doação no Banco do Brasil. Os interessados podem depositar qualquer quantia na conta 90000-1, agência 3148-8.
Confira as fotos da reunião aqui!
Fonte:
Diretor de Defesa Civil, Paulo Drun: 9983-6110.
30/09
Às 10h36
A Defesa Civil de Ilhota abriu na manhã desta quarta-feira (30) uma conta no Banco do Brasil destinada a doações. Os interessados em ajudar a reconstruir as áreas afetadas nesta tragédia devem depositar qualquer quantia na Agência 3148-8, conta 90000-1, em nome da Prefeitura de Ilhota e Defesa Civil.
Dados
Banco do Brasil
Agência 3148-8
Conta 90000-1
Prefeitura de Ilhota e Defesa Civil
Às 9h
Geólogos da UFSC vêm à Ilhota na manhã desta quarta-feira
Dois geólogos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) virão à Ilhota na manhã desta quarta-feira (30) para vistoriar as áreas consideradas de emergência no município. Os profissionais estarão acompanhados da equipe da defesa civil e do departamento de assistência social.
Na oportunidade, o diretor de defesa civil, Paulo Drun, também continuará realizando o levantamento das pontes destruídas e dos deslizamentos. Estima-se que já tenham ocorrido 20 pequenos, médios e grandes desmoronamentos. "Ontem à noite tivemos um bem significativo no Alto Baú. Um deslocamento de terra grande que quase impediu o acesso ao bairro. Estamos monitorando aquela situação".
Até agora mais de 1.800 pessoas foram atingidas pela enxurrada de alguma forma. Cerca de 130 pessoas saíram de suas residências e permanecem em casas de parentes ou amigos. Os bairros mais atingidos estão no complexo do Baú, que compreende as localidades Baú Baixo, Baú Central, Braço do Baú, Morro Azul, Alto Braço do Baú, Baú Seco e Alto Baú. "A população da Pedra de Amolar e do Pocinho também foram bastante atingidos", enfatizou Paulo.
No final da tarde, a equipe finalizará o relatório de ocorrências para encaminhar a Defesa Civil Estadual. "Alem de relatar os problemas, pediremos alguns materiais como lona para cobrir deslizamentos, água potável e alimentação. Hoje ficaremos, mais uma vez, durante todo o dia na margem esquerda do rio, juntamente com os dois grupos do Corpo de Bombeiros Voluntários".
Para entrar em contato com a Defesa Civil, basta ligar para os telefones 199, 3343-7061 ou 8816-9075. A balsa continua não realizando a travessia no rio Itajaí-Açú. As aulas da rede municipal de ensino retornaram nesta quarta-feira. Apenas a escola Alberto Schmitt, que fica na Margem Esquerda não está funcionando.
Previsão do tempo
Nesta quarta-feira, as áreas de instabilidade devem manter o tempo fechado em boa parte de Santa Catarina. A chuva retornará ao estado mais no final do dia. A previsão é de que o frio continue até o final da semana.
Fontes:
Diretor de Defesa Civil, Paulo Drun: 9983-6110.
Secretário de Agricultura, Almir César Paul: 3343-8800.
Secretário de Educação, Marcelo Jacob: 3343-8800.
29/09
Às 21h26
A equipe da Defesa Civil acaba de se deslocar para região do Alto Báu. Há informações de que houve um deslocamento de terra na área próxima a igreja protestante, o que impediria o acesso a região. Deslizamentos e alagamentos são encontrados em toda a extensão do complexo do Baú.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Data: 01/10/2009
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