Embora o setor automotivo tenha recebido ajuda do governo tanto pelos descontos de IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados ) e IOF ( Imposto sobre Operações Financeiras) quanto pela injeção de R$ 8 bilhões em crédito por meio do Banco do Brasil e do Nossa Caixa, o mercado continua a sofrer com a restrição para a liberação de financiamentos. De acordo com o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o que tem dificultado as vendas de automóveis de entrada e de motocicletas é o problema cadastral de muitos clientes.
“A dificuldade de se conseguir financiamento não é a falta de recursos, o que existe é a dificuldade de liberação do crédito e a vontade do consumidor em assumir os riscos”, observa Reze. Segundo o representante dos concessionários, com a crise econômica, a dúvida sobre a garantia de emprego e a abalada confiança do consumidor para entrar em financiamentos afetam negativamente o humor do mercado.
E o segmento que mais sofre é o de duas rodas. Somente em janeiro, as vendas de motocicletas caíram 13,4% sobre dezembro de 2008, para 124 mil unidades. “A maioria dos consumidores de motos tem o poder aquisitivo mais baixo, ou seja, a dificuldade para obter crédito é maior”, ressalta Sergio Reze.
A solução para o impasse ainda não foi encontrada, entretanto, o presidente da Fenabrave afirma que apresentará uma proposta ao governo sobre o assunto. “O setor da distribuição não quer pedir capital de giro ao governo”, destaca.
Segundo Reze, o que os concessionários precisam é encontrar formas para que as pessoas sem condição de ter garantia cadastral, passem a ter crédito, seja pela segurança do seguro desemprego ou pela criação de um seguro de crédito.
Processo semelhante ao que existe atualmente com os consórcios. “O consórcio trabalha com poupança, mas tem seguro de inadimplência. Essa modalidade é uma poupança programada que não inflaciona, porque não depende da ficha cadastral”, explica.
Consórcios
E o consórcio é uma saída que pode ajudar o setor a estancar a crise. A partir desta sexta-feira (6), entra em vigor a Lei 11795, que muda algumas antigas normas do Banco Central sobre essa modalidade financeira. Entre elas, esta a possibilidade de utilização da carta de crédito para a quitação de financiamento. A contemplação da cota poderá ser utilizada para liquidar o débito, deixando o consumidor de pagar juros, que aumentam os custos, principalmente porque no sistema de consórcios não existem.
De acordo com Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), tal medida beneficia, principalmente, os mutuários que desejem quitar o financiamento por meio do consórcio, e também os consumidores que financiaram seus veículos a custos muito elevados.
Fonte: GLobo
Data: 04/02/2009
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Restrição de crédito afeta as vendas de motos e carros, diz Fenabrave