Na véspera do aumento do IPI dos carros, parte das concessionárias já se comprometeu com o cliente a absorver o custo da elevação do tributo, que a partir de amanhã já subirá 1,5 ponto percentual nos modelos populares e 1 ponto nos automóveis com motor entre 1.0 e 2.0.
A estratégia foi usada para não perder aquele cliente que apareceu na loja nos últimos dias em que o benefício ainda estava valendo, mas não pôde levar o carro porque não havia disponibilidade imediata do modelo desejado.
Nesses casos a entrega ficou para outubro, quando o IPI já será maior. Mas parte dos concessionários que sabem que vão receber esses modelos no mês que vem optou por fechar o negócio pelo preço de setembro e bancar o prejuízo para não perder a venda.
Num carro mais simples a margem do revendedor fica em torno de R$ 1,5 mil. "Eu prefiro perder R$ 500 com a compra feita agora do que correr o risco de perder o cliente", conta um diretor de vendas de uma grande concessionária de São Paulo. "Quem garante que esse mesmo cliente vai voltar na loja quando o IPI subir?", questiona.
De fato, boa parte dos consumidores antecipou a troca de carro aproveitando o incentivo fiscal. "Como outubro provavelmente será um mês fraco, eu vou ter de acabar dando um desconto dos mesmos R$ 500", completa o executivo de vendas.
Os concessionários que optaram por bancar a primeira parcela da elevação do IPI nos modelos mais procurados não gostam de expor suas estratégias aos concorrentes. São revendas que têm cotas garantidas para outubro e, por isso, já se comprometeram com o cliente, por meio de contratos, a manter o preço de setembro.
Um gerente de vendas do interior de São Paulo conta que esse tipo de desconto só é possível agora porque o governo decidiu escalonar a volta das antigas alíquotas de IPI. "Se o aumento do imposto fosse de uma só vez isso seria impossível", diz.
Fonte: Globo
Data: 02/10/2009
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Concessionárias podem 'segurar' preço com o aumento do IPI para carros novos