O governo do Canadá e a província de Ontario chegaram a um acordo para fornecer, sob condições, ao setor automobilístico canadense, uma ajuda de cerca de US$ 2,8 bilhões, anunciou na sexta-feira (13) à noite o ministro da Indústria, Tony Clement.
Esta ajuda, que corresponde à participação do Canadá na produção automobilística norte-americana, está submetida a diversas condições. A primeira delas é que os Estados Unidos adotem um plano de resgate para suas três principais montadoras, Ford, Chrysler e General Motors.
"Estamos prontos para agir rapidamente, assim que os americanos aprovarem uma ajuda", declarou Clement à imprensa em Toronto.
O Senado americano rejeitou na noite de quinta-feira um plano de resgate de US$ 14 bilhões para o setor automobilístico.
A ajuda do Canadá seria proporcional à participação do país na produção das três grandes montadoras, que segundo Clement é de 20%. Esta ajuda seria, portanto, equivalente a 20% dos 14 bilhões estudados pelos Estados Unidos, ou seja, de cerca de 2,8 bilhões de dólares (3,5 bilhões de dólares canadenses).
Como a indústria automobilística dos dois lados da fronteira é estreitamente integrada, Clement destacou que "qualquer ação dos governos federal e da província para apoiar uma reestruturação também deve ser integrada com o que será feito nos Estados Unidos".
Entre as condições deste apoio, o ministro canadense também insistiu que "os fabricantes de veículos e de peças deverão trabalhar juntos em um plano de longo prazo para sua indústria".
Ford, Chrysler e GM possuem importantes redes de montagem na província de Ontario, o coração da indústria automobilística canadense, onde este setor é responsável por 120.000 empregos diretos e mais de 300.000 indiretos.
Na sexta-feira, a Casa Branca anunciou que está disposta a utilizar parte dos fundos de 700 bilhões de dólares inicialmente destinados ao sistema financeiro para socorrer os fabricantes de automóveis.
"Em vista da atual situação de fragilidade da economia americana, consideramos outras opções, se for necessário, inclusive o uso do programa TARP, para impedir a quebra dos fabricantes de automóveis em crise", disse a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, referindo-se ao programa de assistência às empresas em dificuldades, inicialmente voltado para empresas do setor financeiro.
O TARP (Troubled Assets Relief Program, ou Plano de resgate dos ativos de risco) é um plano de 700 bilhões de dólares anunciado em outubro essencialmente para resgatar o sistema financeiro, na esperança de promover a circulação de crédito para estimular o investimento e o consumo.
A Casa Branca era até então firmemente contrária ao uso do TARP e alegava que ele não havia sido elaborado para ajudar o setor industrial.
Fonte: Globo
Data: 13/12/2008
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Canadá anuncia ajuda condicional ao setor automobilístico